domingo, 20 de março de 2016

Estudo de Caso Lojas Riachuelo

Durante muito tempo, a estratégia das grandes varejistas de moda no Brasil para conquistar o consumidor era o preço.
Hoje, com o aumento do poder aquisitivo, o brasileiro também busca o estilo e as estratégias das grandes redes de vestuário têm se mostrado eficientes para captar essa tendência.
Exemplo disso é a Riachuelo, que focada nas classes C e D, conseguiu aumentar em cerca de 10% seu ticket médio no acumulado de janeiro a setembro do ano passado, cujo valor atingiu R$ 121,55.
A aposta da marca, segundo Flávio Rocha, presidente da empresa, é em roupas de alto valor agregado, ou seja, peças que têm mais detalhes e informações de moda.
“O perfil do nosso cliente está ficando cada vez mais exigente e mais antenado em moda”, afirma.
Em novembro de 2011, a Riachuelo anunciou uma parceria com cinco estilistas brasileiros – André Lima, Martha Medeiros, Juliana Jabour, Huis Clos e Maria Garcia, que foram os autores da última coleção da marca.
A estratégia é para atingir o novo conceito de consumo das classes C e D, que representam 80% da clientela da varejista.
Conceito nos moldes da Zara
Há alguns anos, a empresa adotou o fast fashion, modelo utilizado por grandes varejistas como a espanhola Zara e a sueca H&M. Segundo Rocha, o modelo de negócios consiste na cadeia integrada de varejo, indústria e financeira.
“O objetivo do movimento é mostrar que existe energia além do varejo”, afirma o empresário. Em 2005, a Riachuelo se integrou ao Grupo Guararapes, fabricante têxtil fundado há 62 anos por Nevaldo Rocha, pai de Flavio.
Para ele, a integração entre varejo e indústria evita gargalos e barateia custos. “Se um produto vende mais ou vira um fiasco, a fábrica tem acesso ao dado rapidamente”.
Resultados
No acumulado de janeiro a setembro do ano passado, a receita líquida do Grupo Guararapes atingiu pouco mais de R$ 2 bilhões, um aumento de 19% referente ao mesmo período de 2010.
A companhia encerrou o período com 131 unidades e ceca de 400 mil metros quadrados em área de vendas. A produção totalizou 37,6 milhões de peças no período.
No varejo, o terceiro trimestre do ano passado foi marcado por uma retração nas vendas, fator nada abala nos planos do empresário para este ano. “O cenário futuro segue com otimismo, baseado em mudanças que vieram para ficar: aumento da renda e de gastos com moda e beleza”, diz Rocha.
De olhos puxados
No início de 2011, a Riachuelo resolveu colocar um pé no país que tem a maior produção têxtil do mundo: a China. O aumento das importações não deve, por outro lado, concorrer com a produção brasileira da marca.
Localizado em Xangai, o escritório de representação tem como objetivo tornar mais eficiente a compra de peças consideradas mais “básicas”.
Antes da abertura do posto, as importações representavam 8% das vendas da Riachuelo. Hoje, o peso dos importados já subiu para 12%.
(Por Brasil Econômico) Varejo, Núcleo de Estudos do Varejo

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