segunda-feira, 12 de março de 2012

Legislação


A legislação brasileira, vigente desde 2010, que obriga farmácias e drogarias a manter os medicamentos fora do alcance do cliente, forçou os farmacistas a remodelarem a exposição e o atendimento em farmácias. O novo cenário permitiu uma nova maneira de explorar os espaços da loja, até alguns que antes eram pouco utilizados. Isto quer dizer, atendimento como relação pessoal e atendimento como apresentação do ponto de venda.
Segundo pesquisas do POPAI Brasil, 91% dos shoppers de farmácia não carregam listas de compras, o que traz ao farmacista oportunidades de novos negócios e de aumento na lucratividade. Deste ponto de vista, a lei pode servir como aliada na descoberta de uma nova maneira de vender, abrindo espaços para novos produtos e displays que podem incrementar o faturamento do estabelecimento.

Ampliar o mix de produtos, organizá-los didaticamente na loja e treinar funcionários para que conheçam toda a linha e indiquem corretamente os produtos para os clientes, são premissas importantes para se aplicar ao negócio. Elas vão auxiliar o cliente na decisão de compra no PDV. Um bom layout, mobiliário caprichado e um pouco de design valorizam os produtos.

Cuidado com rupturas! A área de vendas precisa estar abastecida e arrumada o tempo todo. Nada pior que "buracos" nas prateleiras. Os clientes gostam de gôndolas cheias e organizadas.

Agrupar os produtos por linha permite que os clientes tenham velocidade e funcionalidade no momento da compra, como por exemplo, linha bebê, dietética, beleza, entre outras. Estas são técnicas importantes para tornar a loja mais funcional, visualmente bonita e oferecer ao cliente a sensação de cuidado e bem-estar. Produtos do dia a dia devem ser expostos no fundo da loja, atraindo o cliente e fazendo-o percorrer um caminho com várias outras exposições.

A comunicação visual é fundamental para instruir e orientar o cliente. Lançar mão do "trade" e de acordos operacionais com os fornecedores, que ofereçam displays de impacto, pode ajudar na dinâmica viva da área de vendas. Mas deve-se ter preocupação com o alinhamento destas ações ao posicionamento do negócio e da farmácia no mercado, para que haja sinergia.

Harmonizar o espaço e proporcionar uma boa experiência de compra são diretrizes que encantam o shopper e o conduzem a consumir mais e melhor, além de levar o varejista ao retorno certo sobre o investimento feito.
O que coroaria todo este cuidado? Contato humano. A construção de uma relação gentil, de servidão, interesse legítimo em atender e ajudar as pessoas que entram no estabelecimento, buscando por informações ou soluções para seus problemas, pode ser o grande diferencial.

Vera Dellaqua é vice-presidente do comitê de varejo do POPAI Brasil 

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