A Justiça Federal em São Paulo anunciou nesta quinta-feira (22) que negou uma ação popular pedindo o recolhimento do livro “Por Uma Vida Melhor”, distribuído por meio do PNLD-EJA (Programa Nacional do Livro Didático para Educação de Jovens e Adultos), que apresentava “erros” de concordância em uma lição sobre as normas culta e coloquial.
De acordo com a decisão do juiz federal Wilson Zauhy Filho, a discussão sobre o “erro” é “no mínimo controversa”, já que pareceres de especialistas, juntados ao processo pelo MEC (Ministério da Educação), diziam que o livro não era inadequado. A decisão saiu no dia 13.
Além disso, afirmou o juiz, não seria “recomendável” recolher o material das escolas em setembro. “Ainda que as passagens mencionadas pelos autores [do pedido de recolhimento] não sirvam ao ensino adequado da língua portuguesa, afigura-se severamente mais prejudicial ao aluno não dispor do material didático em questão do que tê-lo nessas condições.”
Livro
A obra causou polêmica depois que trechos que trariam “erros” de português foram revelados. As passagens eram mostradas durante explicações sobre as normas da língua.
Em um dos textos, os autores dizem, por exemplo, que é “comum a concordância funcionar de outra forma. Há ocorrências como: Nós pega o peixe”. Outro trecho explica o chamado “preconceito linguístico”:
"'Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado'. Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar ‘os livro? ’.’ Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico."
Na época, a ABL (Academia Brasileira de Letras) criticou o livro, dizendo que estranhava “certas posições teóricas dos autores". O MEC afirmou que a obra estava de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais
Nenhum comentário:
Postar um comentário